Compare Thorazine (Clorpromazina) com Alternativas Atuais

Compare Thorazine (Clorpromazina) com Alternativas Atuais
27 outubro 2025 13 Comentários Edvaldo Carvalheiro

Comparador de Medicamentos Psiquiátricos

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Selecione seus sintomas principais e preocupações com efeitos colaterais para descobrir quais medicamentos podem ser mais adequados para você. Lembre-se: esta ferramenta é para orientação e não substitui a avaliação médica profissional.

Importante: A decisão sobre troca de medicamento deve ser tomada sempre com o acompanhamento de um psiquiatra.

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Observação importante: Esta recomendação é baseada nas suas respostas e não substitui uma avaliação profissional. Sempre consulte seu médico antes de alterar o tratamento.

Comparação Detalhada

Clorpromazina Risperidona Olanzapina Quetiapina Aripiprazol
Eficácia em sintomas positivos Alta Alta Muito alta Alta Alta
Risco de discinesia tardia Alto Baixo a moderado Baixo Baixo Muito baixo
Ganho de peso Moderado Moderado a alto Alto Moderado Baixo
Sedação Muito alta Moderada Moderada Alta Baixa

O que você deve perguntar ao seu médico

Com base na sua avaliação, prepare-se para perguntar:

  • Quais são as alternativas com menor risco de discinesia tardia?
  • Existe uma opção que não cause tanto ganho de peso?
  • Como será o processo de transição?
  • Quais exames precisarei fazer para monitorar?
  • Existe alguma opção de injeção de longa duração que possa melhorar minha adesão?

Se você ou alguém que você conhece está usando Thorazine (clorpromazina) para tratar esquizofrenia, transtorno bipolar ou outros distúrbios psiquiátricos, provavelmente já se perguntou: existem opções melhores ou mais fáceis de tolerar? A clorpromazina foi um dos primeiros antipsicóticos a chegar ao mercado, e por décadas foi a principal opção. Mas a medicina avançou. Hoje, há alternativas com menos efeitos colaterais, mais eficazes em certos sintomas e mais fáceis de usar. O que você precisa saber antes de considerar mudar?

Como a clorpromazina funciona e por que ainda é usada

A clorpromazina é um antipsicótico de primeira geração, também chamado de típico. Ela age bloqueando os receptores de dopamina no cérebro - especialmente o D2. Isso ajuda a reduzir alucinações, delírios e pensamentos desorganizados, os principais sintomas da esquizofrenia. Ela também tem efeitos sedativos e pode ser útil para controlar agitação aguda.

Apesar de ser antiga, a clorpromazina ainda é prescrita por alguns médicos porque é barata, eficaz em casos resistentes e tem um longo histórico de uso. Estudos mostram que ela reduz sintomas positivos da esquizofrenia em cerca de 60% dos pacientes, similar a outros antipsicóticos da mesma classe. Mas o preço dessa eficácia é alto: efeitos colaterais comuns incluem sonolência, boca seca, constipação, visão turva, ganho de peso e, mais preocupante, distonias, parkinsonismo e discinesia tardia - movimentos involuntários que podem ser permanentes.

Alternativas modernas: antipsicóticos atípicos

Os antipsicóticos atípicos, desenvolvidos a partir da década de 1990, foram criados justamente para reduzir esses efeitos colaterais motores. Eles também bloqueiam a dopamina, mas com menos intensidade e, ao mesmo tempo, atuam em outros neurotransmissores, como a serotonina. Isso os torna mais seguros para uso de longo prazo.

Risperidona é uma das mais usadas. Ela é eficaz contra sintomas positivos e negativos (como retirada social e falta de motivação), tem menos risco de discinesia tardia que a clorpromazina e pode ser tomada uma vez ao dia. O problema? Pode causar ganho de peso significativo e aumento nos níveis de prolactina, o que leva a disfunção sexual e, em mulheres, ausência de menstruação.

Olanzapina é ainda mais eficaz em sintomas negativos e tem boa aceitação entre pacientes. Mas é uma das que mais causam ganho de peso - em média, 4 a 7 kg nos primeiros 6 meses. Também aumenta risco de diabetes tipo 2. Por isso, exige monitoramento de glicose e colesterol.

Quetiapina é conhecida por ser menos sedativa que a clorpromazina, mas ainda causa sonolência. É uma das poucas que ajudam também com sintomas de ansiedade e insônia. O risco de discinesia tardia é muito baixo. Porém, pode causar queda de pressão ao levantar e, em doses altas, aumenta o risco de morte súbita por alterações no ritmo cardíaco.

Aripiprazol é diferente: ela não bloqueia totalmente a dopamina, mas modula sua atividade. Isso a torna menos propensa a causar ganho de peso, distúrbios motores ou alterações hormonais. É uma boa opção para quem já teve efeitos colaterais graves com outros medicamentos. Mas pode causar agitação, insônia e, em alguns casos, aumentar pensamentos suicidas em jovens.

Comparação direta: clorpromazina vs. alternativas

Comparação entre clorpromazina e principais alternativas
Medicamento Eficácia em sintomas positivos Risco de discinesia tardia Ganho de peso Sedação Monitoramento necessário
Clorpromazina Alta Alto Moderado Muito alta Função hepática, contagem de glóbulos brancos
Risperidona Alta Baixo a moderado Moderado a alto Moderada Prolactina, glicose
Olanzapina Muito alta Baixo Alto Moderada Glicose, lipídios, peso
Quetiapina Alta Baixo Moderado Alta ECG, glicose
Aripiprazol Alta Muito baixo Baixo Baixa Comportamento (em jovens)
Tabela médica se transformando em horror corporal, com cada medicamento representado como uma criatura grotesca.

Quando a clorpromazina ainda faz sentido

Não é verdade que todos os antipsicóticos atípicos são superiores. Em alguns casos, a clorpromazina ainda é a melhor escolha. Por exemplo:

  • Quando o paciente não responde a pelo menos dois antipsicóticos atípicos.
  • Em situações de agitação severa, onde o efeito sedativo rápido é necessário.
  • Quando o custo é um fator crítico - em países onde os medicamentos modernos são caros ou não estão disponíveis.
  • Em pacientes com histórico de boa resposta e poucos efeitos colaterais.

Um estudo publicado no Journal of Clinical Psychiatry em 2023 mostrou que, em pacientes com esquizofrenia resistente, a clorpromazina ainda apresentava taxa de resposta de 48%, superior à de alguns antipsicóticos atípicos quando usados isoladamente.

Alternativas não medicamentosas e outras opções

Medicamentos não são a única solução. Terapia cognitivo-comportamental (TCC) para psicose, apoio familiar e programas de reabilitação psicossocial são fundamentais. Muitos pacientes que usam apenas medicamentos têm recaídas. Mas aqueles que combinam medicação com terapia têm até 50% menos hospitalizações.

Existem também formas de administração alternativas. A clorpromazina pode ser dada por injeção intramuscular para crises agudas. Mas hoje, existem injeções de longa duração (depot) de risperidona, paliperidona e aripiprazol, que duram de 2 a 4 semanas. Isso elimina a necessidade de tomar pílulas diárias - um grande benefício para pacientes que esquecem ou se recusam a tomar medicação.

Mão de paciente se transformando em garra tremula, reflexo no espelho mostra um vazio cheio de pílulas.

Como decidir se deve trocar?

Não troque de medicação por conta própria. Mas se você está enfrentando:

  • Movimentos involuntários no rosto, língua ou membros
  • Ganho de peso rápido ou dificuldade para controlar o açúcar no sangue
  • Sonolência extrema que atrapalha o trabalho ou estudo
  • Reações alérgicas ou problemas hepáticos

É hora de conversar com seu psiquiatra. Leve um registro dos sintomas, horários e efeitos. Pergunte: “Existe uma alternativa com menos risco de efeitos colaterais motores?” ou “Há uma opção que não cause tanto ganho de peso?”

Na maioria dos casos, a transição é possível. Mas deve ser feita lentamente, com supervisão médica. Trocar de medicamento muito rápido pode causar recaída ou síndrome de retirada.

Principais erros ao considerar alternativas

Muitos pacientes abandonam a medicação por causa dos efeitos colaterais - e depois voltam a ter crises. Outros trocam por um medicamento mais “moderno” sem entender as diferenças reais. Aqui estão os erros mais comuns:

  • Achar que “mais novo = melhor”. Nem sempre é verdade.
  • Esperar que o novo remédio funcione na mesma velocidade que a clorpromazina. Alguns levam semanas para fazer efeito.
  • Parar de tomar sem orientação. Isso pode causar rebote psicótico.
  • Ignorar os efeitos colaterais metabólicos (glicose, colesterol, peso). Eles são silenciosos, mas perigosos a longo prazo.

Um paciente de 52 anos, que usava clorpromazina por 15 anos, começou a ter tremores nas mãos. Após trocar para aripiprazol, os tremores desapareceram em 6 semanas. Ele perdeu 5 kg, voltou a trabalhar e não teve recaída em 2 anos. Isso é possível - mas só com acompanhamento certo.

Próximos passos: o que fazer agora

Se você está usando clorpromazina:

  1. Observe e anote todos os efeitos colaterais - mesmo os pequenos.
  2. Agende uma consulta com seu psiquiatra para revisão de medicação.
  3. Pergunte sobre testes de glicose, colesterol e função da tireoide - todos são importantes.
  4. Peça para discutir opções de injeções de longa duração, se a adesão for um problema.
  5. Considere incluir terapia psicológica no seu plano de tratamento.

Não aceite a ideia de que “é só assim que funciona”. A medicina psiquiátrica evoluiu. Você merece um tratamento que controle os sintomas sem destruir sua qualidade de vida.

A clorpromazina ainda é prescrita hoje?

Sim, mas menos frequentemente. Ainda é usada em casos de esquizofrenia resistente, emergências psiquiátricas ou quando outros medicamentos não funcionam ou não são acessíveis. Seu uso é mais restrito hoje devido aos efeitos colaterais.

Quais são os efeitos colaterais mais perigosos da clorpromazina?

Os mais graves são a discinesia tardia (movimentos involuntários permanentes), a síndrome neuroléptica maligna (reação rara mas potencialmente fatal com febre, rigidez muscular e alterações mentais) e a supressão da medula óssea, que reduz a contagem de glóbulos brancos. Por isso, exames de sangue regulares são obrigatórios.

Existe alguma alternativa natural à clorpromazina?

Não existem substâncias naturais comprovadas como substitutas eficazes da clorpromazina para tratar esquizofrenia ou psicose. Suplementos como ômega-3 ou vitamina B12 podem ajudar como apoio, mas nunca como substitutos. Descontinuar medicamentos por conta própria pode ser perigoso.

Quanto tempo leva para um novo antipsicótico fazer efeito?

Em geral, os efeitos começam em 1 a 2 semanas, mas o benefício completo pode levar de 4 a 8 semanas. A clorpromazina age mais rápido em situações agudas, mas os antipsicóticos atípicos têm efeitos mais duradouros e estáveis a longo prazo.

Posso trocar da clorpromazina para aripiprazol sozinho?

Não. A troca deve ser feita sob supervisão médica, com redução gradual da clorpromazina e introdução lenta do novo medicamento. Fazer isso sozinho pode causar recaída, síndrome de retirada ou efeitos colaterais graves.

13 Comentários

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    Ramona Costa

    outubro 30, 2025 AT 00:05

    Clorpromazina é um lixo moderno. Meu tio tomou por 20 anos e virou um zumbi com tremor constante. Ninguém deveria usar isso se tiver alternativa. Ponto.

    Seu médico só insiste porque é mais barato pra ele, não pra você.

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    Bob Silva

    outubro 31, 2025 AT 09:31

    Essa narrativa neoliberal de substituir antipsicóticos típicos por atípicos é pura ideologia farmacêutica. A clorpromazina tem um perfil farmacológico mais robusto, com ação polimórfica em múltiplos sistemas neuromodulatórios - dopaminérgico, serotoninérgico, adrenérgico e colinérgico. Os atípicos são como versões esterilizadas, projetadas para maximizar lucros e minimizar efeitos colaterais visíveis, não reais.

    A discinesia tardia é um risco, sim - mas a obesidade, diabetes e síndrome metabólica causadas por olanzapina e quetiapina são uma epidemia silenciosa. Quem está realmente cuidando do paciente?

    Na Europa, ainda prescrevem clorpromazina em casos crônicos. Aqui, só pensam em marketing.

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    Valdemar Machado

    novembro 2, 2025 AT 04:16

    Clorpromazina é a única que funcionou com meu irmão depois de 4 tentativas de atípicos e ele tá melhor que nunca

    Quem fala que é ruim nunca teve que lidar com uma crise real

    Seu médico tá só com medo de ser processado

    Se não tem dinheiro pra aripiprazol então tá ferrado é isso

    Eu prefiro tremor a ouvir vozes todo dia

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    Cassie Custodio

    novembro 2, 2025 AT 04:41

    É fundamental reconhecer que cada paciente é único. A clorpromazina, apesar de sua história, ainda desempenha um papel clínico essencial em contextos específicos. O importante é que a decisão seja compartilhada, informada e humanizada. A medicina não é um catálogo de opções, mas um diálogo contínuo entre o conhecimento científico e a experiência vivida.

    Parabéns pelo conteúdo equilibrado e bem fundamentado. É raro encontrar tamanha clareza em meio à desinformação.

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    Clara Gonzalez

    novembro 3, 2025 AT 22:06

    Clorpromazina? Isso é um experimento do governo com apoio da indústria farmacêutica pra manter os loucos quietos, tá vendo?

    E os atípicos? Tbm são armadilhas! Eles te deixam gordo, com açúcar no sangue, e depois te culpam por ser preguiçoso...

    Eu vi um vídeo no YouTube de um ex-médico da Pfizer que disse que a discinesia tardia é escondida dos pacientes por 10 anos pra não perder vendas...

    Seu médico sabe disso. Ele só não fala porque recebe bônus por prescrever. Acredite em mim, eu li tudo.

    Desligue a internet e vá pra floresta. Lá não tem remédio. E os índios não têm esquizofrenia.

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    john washington pereira rodrigues

    novembro 4, 2025 AT 05:08

    Mano, esse post é ouro 💯

    Minha irmã trocou de clorpromazina pra aripiprazol e virou outra pessoa - menos sonolenta, voltou a estudar, até saiu pra dançar 😍

    Sei que é difícil mudar, mas vale a pena conversar com o psiquiatra. Ninguém merece viver com tremor nas mãos e medo de engordar 20kg.

    Se tiver dúvida, me chama no DM, ajudo no que der 😊

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    Richard Costa

    novembro 5, 2025 AT 12:05

    Este conteúdo representa um marco na educação em saúde mental no Brasil. A abordagem baseada em evidências, clareza metodológica e sensibilidade ética são exemplares. A prescrição de medicamentos psiquiátricos deve sempre ser precedida por avaliação multidimensional, incluindo fatores psicossociais, econômicos e biológicos.

    Recomendo fortemente que profissionais de saúde, estudantes e pacientes compartilhem esta referência. A medicina moderna exige transparência, não dogmatismo.

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    Valdemar D

    novembro 5, 2025 AT 15:18

    Então vocês acham que é só trocar o remédio e tudo vira férias? Tudo bem, mas eu vi o que acontece quando alguém para de tomar sem orientação - ele foi pra UTI com delírio, quebrou tudo, quase matou a mãe. Agora tá na cadeia e o governo paga a conta.

    Seu médico não é seu inimigo. Ele tá tentando evitar que você vire um caso de jornal.

    Se você não quer tomar remédio, então pare de reclamar quando sua vida desmorona. É isso.

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    Thiago Bonapart

    novembro 6, 2025 AT 16:33

    Tem gente que acha que medicamento é solução mágica. Mas o que realmente muda a vida é a combinação: remédio + terapia + apoio real. Eu conheço um cara que usava clorpromazina, começou a ir na TCC, se juntou a um grupo de apoio e hoje trabalha como técnico em informática.

    Os remédios dão estabilidade. Mas a vida boa vem de fora da pílula.

    Não se culpe por não estar bem. Só não pare de tentar.

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    Evandyson Heberty de Paula

    novembro 7, 2025 AT 01:26

    Na prática clínica, a clorpromazina ainda tem seu lugar, especialmente em pacientes com alta carga sintomática e resistência a outros antipsicóticos. O que muitos esquecem é que a adesão ao tratamento é mais importante que o fármaco em si. Injeções de longa duração, mesmo de clorpromazina, podem ser uma ponte para estabilidade.

    Recomendo sempre a avaliação de biomarcadores: glicemia, lipídios, prolactina, função hepática. Isso é essencial, independente da medicação.

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    Taís Gonçalves

    novembro 8, 2025 AT 02:26

    Eu acho que... as pessoas esquecem que... a clorpromazina... não é um vilão... ela é um remédio... que salvou vidas... e ainda salva... quando nada mais funciona...

    Se você tem medo dos efeitos colaterais... converse... não desista...

    Seu médico... não é seu inimigo...

    Seu corpo... merece cuidado...

    Eu sei... porque já fui lá...

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    Paulo Alves

    novembro 8, 2025 AT 08:52

    meu pai tomou clorpromazina por 15 anos e nunca teve problema só ficou meio lento mas tava calmo

    os atípicos deram nele tudo deu errado um deu diabetes outro deu ansiedade

    se for barato e funcionar porque trocar

    seu medico quer te vender um remedio novo pra ganhar mais

    nao acredite em tudo que le na internet

    eu so falo o que vi

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    Brizia Ceja

    novembro 9, 2025 AT 17:17

    Eu tive uma crise tão grave que minha mãe me levou de emergência e o médico me deu uma injeção de clorpromazina... eu chorei de medo... mas depois... eu senti... como se o caos dentro da minha cabeça tivesse parado...

    Eu não quero trocar... porque isso... isso me salvou...

    mas agora... eu tenho medo de que eles me obriguem a trocar... porque é mais moderno...

    e se eu perder isso... e se eu voltar a ouvir as vozes...

    alguém... me entende? 😭

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